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Tecendo Redes

Durante os meses de janeiro e fevereiro, as Cheganças, Marujadas e Lutas de Mouros e Cristãos vão às ruas em 14 cidades da Bahia, respeitando todo o protocolo de proteção contra a Covid-19.

No 31 de dezembro aconteceu a tradicional saída da Marujada de Curaçá. Nesse final de semana, dia 9, é o momento de Jacobina, na Praça da Missão. Já no domingo, dia 10, a Chegança de Cairu alegra seu povo e a Marujada da Chegança se apresenta em Bom Jesus da Lapa.

Nas próximas semanas acontecerão as apresentações da Marujada do Mangal (Sítio do Mato), Lutas entre Mouros e Cristãos (Caravelas, Prado e Alcobaça), Marujada de São Benedito (Paratinga), Chegança de Mouros de Taperoá, Marujada do Divino Espírito Santo (Andaraí), Marujada Barcas em Rios (Lençóis) e a Marujada de São Benedito, também do Prado.

Esse ano, as apresentações acontecem no contexto do Projeto Tecendo Redes com o apoio financeiro do Estado da Bahia por meio da Secretaria de Cultura e do Instituto do Patrimônio Artístico Cultural –IPAC (Programa Aldir Blanc Bahia) via Lei Aldir Blanc, direcionada pela Secretaria Especial da Cultura do Ministério do Turismo, Governo Federal.

As Cheganças, Marujadas e Luta de Mouros e Cristãos são inscritas no Livro de Registro Especial de Expressões Lúdicas e Artísticas da Bahia. Isso as torna Patrimônio Imaterial da Bahia.

O Projeto Tecendo Redes busca valorizar e celebrar esse patrimônio que faz parte da vida de seus integrantes há muitas gerações. As ações do projeto colaboram também para a promoção, divulgação e valorização dos grupos junto ao público mais amplo, local, nacional ou internacional.

NOSSA HISTORIA NOSSA IDENTIDADE – REVITALIZANDO A MARUJADA

Premiado no EDITAL DE SELEÇÃO PÚBLICA Nº 01, DE 26 DE ABRIL DE 2018 CULTURAS POPULARES: EDIÇÃO SELMA DO COCO – MINISTÉRIO DA CULTURA DA CIDADANIA E DA DIVERSIDADE CULTURAL. Tem como objetivo realizar:

• SEMINÁRIO SOBRE EDUCAÇÃO PATRIMONIAL;

Palestrante 1: DINHO DINIZ – Escultor e Restaurador de Patrimônio Tombados e Edificados.
Tema: Patrimônio Cultural Material

Palestrante 2: ROSILDO DO ROSÁRIO – Mestre da Chegança dos Marujos Fragata Brasileira de Saubara e Coordenador da Rede de Cheganças e Marujadas da Bahia.
Tema: Patrimônio Cultural Imaterial (indagável)

Mediador do Seminário: João Pereira de Souza Filho – Educador, Militante Cultural, Assessor Cultural, Cantor e Compositor.

Atração Artística: Samba de Roda

Data: 08/06/2019
Local: CTL da Igreja de Santo Antonio
Horário: 8:00 hs

• I ENCONTRO DAS MARUJADAS E CHEGANÇAS DO TERRITÓRIO VELHO CHICO;

Estarão presentes o grupo da Marujada de Chegança – Bom Jesus da Lapa/BA, Chegança dos Marujos Fragata Brasileira – Saubara/BA, Marujada do Mangal Barro Vermelho – Sitio do Mato/BA e a anfitriã Marujada do Divino Espírito Santo – Paratinga/BA.

Data: 08/06/2019
Local: Saída do Cortejo da Praça da Bandeira no Tomba
Horário: 17:00 hs

APOIO CULTURAL

Governo Municipal de Paratinga – BA
Secretaria de Cultura e Promoção da Igualdade Racial
Secretaria Municipal de Educação
Assessoria de Comunicação
Paróquia de Santo Antonio
Rede das Marujadas e Cheganças da Bahia
Governo Municipal de Saubara – BA
Governo Municipal de Bom Jesus da Lapa – BA
Governo Municipal de Sitio do Mato – BA

PACEIROS(A) CULTURAIS:

Jaysa Rocha
Ivoneth Galvão
Dr. Erico Brandão
Vereador Toge
Dra. Amenaide
Paulo Rego

REALIZAÇÃO: Marujada do Divino Espírito Santo de Paratinga
PROPONENTE: Mestre Antonio Damião
COORDENADOR: Uilian Bispo

Chegamos a um Porto

Por Rosildo Rosário
Fotos: Reinilson Rosário

No último dia 11 de fevereiro de 2019 o governador do Estado da Bahia assinou o decreto de nº 18.905 que, em seu artigo 1º reza: “Fica registrado no Livro de Registro Especial de Expressões Lúdicas e Artística as Cheganças, Marujadas e Embaixadas”.

Foram muitos os esforços de todos os envolvidos. Iniciamos os trabalhos em 04 agosto no ano de 2013, ocasião da realização do I Encontro de Cheganças da Bahia na cidade de Saubara. Éramos 3 grupos de Saubara, 2 de Camaçari (Arembepe) e 1 de Jacobina, Taperoá e Cairu. Ser reconhecido como Patrimônio Cultural é ser desafiado a continuar uma luta ancestral, é reforçar o pertencimento, é também reconhecer os novos tempos, entender as nossas responsabilidades com o bem cultural ao qual pertencemos e estarmos mais conscientes ao cobrar dos nossos pares que cumpram com as suas. Ser reconhecido como patrimônio é compreender a importância que temos para a construção de uma consciência coletiva, reforçando a cada instante nossa identidade a partir daquilo que produzimos com a força e resistência de bravos. Novos desafios se apresentam e, a partir de agora, precisaremos cada vez mais estar juntos para garantir vida longa à nossa tradição. Vamos, coletivamente, construir um sólido plano de salvaguarda para nos orientar como prosseguir.

Como parte desse processo iniciado em 2013, realizamos a partir de meados de 2017 a meados de 2018 um inventário que nos revelou a existência de 21 grupos ativos, em 14 municípios de 8 territórios de identidade:

• Extremo Sul (Alcobaça, Caravelas e Prado) grupos ( Embaixada de  Caravelas,  Marujada de Prado,  Embaixada de Prado, Marujada de Alcobaça e Embaixada de Alcobaça);

• Região Metropolitana de Salvador (Camaçari) grupos (Chegança Feminina de Arembepe e  Chegança Masculina de Arembepe);

• Recôncavo (Saubara) grupos (Chegança dos Marujos Fragata Brasileira,  Chegança Feminina Barca Nova e Chegança dos Mouros Barca Nova);

• Piemonte da Diamantina (Jacobina) grupo ( Marujada de Jacobina);

• Baixo Sul (Taperoá e Cairu)  grupos (  Chegança de Taperoá e  Chegança de Cairu);

• Chapada Diamantina (Andaraí e Lencóis) grupos ( Marujada do Espirito Santo de Andarai,  Marujada de Lençóis e Marujada  de Remanso – Lençóis);

• Sertão do São Francisco (Curaçá) grupo (Marujada de Curaçá);

• Velho Chico (Sitio do Mato, Bom Jesus da Lapa e Paratinga) grupos (Marujada de Mangal- Sitio do Mato,  Marujada de  Paratinga e  Marujada de Bom Jesus da Lapa).

Esse processo, revelou para nossa tristeza, que mais de 50 grupos deixaram de existir. Mas essa descoberta nos impulsiona a continuar nesse navegar em busca de novos portos. Este reconhecimento significa a abertura de novos tempos. Assim como os marujos estão em alto mar, vislumbra o horizonte, o registro como Patrimônio Imaterial, inaugura os caminhos de uma nova história, quando podemos contar com nossa própria voz e nosso próprio corpo. As gerações futuras saberão de nós, não ficaremos mais escondidos no folclore, nosso grito ecoará pelos becos e mares do mundo.

Se cada qual é para o que nasce, a Marujada surge para compor a história da Bahia. A sala é a rua e a história passará diante dos olhos, como se o mar fosse ali. “vamos remando que é para vencer, bela viagem haveremos de ter”. Êta, Marujada!

Saubara, 13 de fevereiro de 2019.

1º Encontro de Marujadas de Jacobina

É com grande prazer que as Marujadas de Saubara (Fragata Brasileira e Barca Nova Feminina) embarcam para mais uma conquista em alto mar.

“Vamos remando, vamos remando que é para vencer…!”

A Marujada de Jacobina receberá no dia 16 de maio, 05 Grupos de Cheganças/Marujadas para o 1º Encontro de Marujadas de Jacobina-BA. Essas iniciativas servem para mostrar a força e organização da Rede de Cheganças da Bahia que visa a valorização dos saberes dos mestres cheganceiros, buscando estimular as comunidades envolvidas na defesa dos bens culturais constituídos das tradições históricas, costumes, criações artísticas e literárias.

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